Por Altamiro Borges
Numa decisão arbitrária, a direção tucana do Metrô paulista
se recusou a veicular nas suas estações e trens um anúncio publicitário do
livro "Mascarados: A verdadeira história dos adeptos da tática black
bloc", da Geração Editorial – a mesma editora que publicou
"A privataria tucana" e "O príncipe da privataria". A
obra, de autoria da cientista social Esther Solano e dos jornalistas William
Novaes e Bruno Paes Manso – analisa os protestos da famosa jornada de
junho em São Paulo, que se alastraram pelo país após as cenas de violência
amplamente divulgadas pela mídia.
Segundo a Folha, o Metrô fez a censura após
"tomar conhecimento de que o objeto da propaganda era um livro sobre os
black blocs, ativistas associados à violência nas manifestações no país a partir
de junho de 2013". A editora já havia negociado 20 espaços publicitários
com a estatal e até enviou a arte do anúncio. "Horas depois, o setor de
marketing do Metrô informou, segundo a Geração Editorial, que a peça não foi
autorizada pois poderia incitar a violência. O Metrô disse à editora ter
autonomia para barrar anúncios que contrariem seu regulamento".
Em nota, a empresa criticou "o anúncio censurado pelo Metrô de São Paulo,
sem motivos plausíveis... A Geração Editorial não foi informada sobre as regras
do regulamento e elas não constam no mídia kit". No maior cinismo, a
direção da estatal respondeu que é "totalmente favorável à liberdade de
expressão" e que disponibiliza "diversos espaços para manifestações
artísticas, culturais e publicitárias". Baita "liberdade de
expressão" a dos tucanos paulistas!
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