quarta-feira, 27 de maio de 2015

Sobre dificuldade do Governo Paulo Câmara em pagar os salários dos servidores


É preciso que estejamos atentos aos discursos falaciosos de que a “culpa” recai na falta/queda/diminuição de repasses federais. É muito mais fácil estar o tempo todo a encontrar um “culpado”, de preferência um culpado adversário, já que quem aponta esse culpado é adversário e aproveita para fazer campanha política. Mas as eleições não acabaram? Os palanques ainda não foram desarmados? Tenso. Então é melhor agir assim do que sentar, reavaliar, estabelecer prioridades e apresentar soluções para problemas.

Na verdade pensamos que essa outra parte é feita, o problema talvez esteja na escolha das prioridades, pois essa com certeza não são os servidores, sobretudo os professores. Já paramos para pensar “por que não se diminui os gastos na folha com a redução de salários comissionados?”. Analisem bem, não estamos aqui propondo, ainda, “cortes” de cargos comissionados, estamos ainda discutindo a redução salarial, pois que está em Comissão tem um ofício que é político e tem salários, no mínimo 20% maior que o de um servidor efetivo equivalente, isso é fato. Outra questão: por que é que “não se pode oferecer aumento justo aos servidores, mas pode dar aos demais cargos, e ainda por cima são aumentos significativos? Na Lei de Responsabilidade Fiscal entram todos: os comissionados, os eletivos, todos vão pra mesma folha e fazem toda diferença para que se extrapole o regulamentado na lei. Uma terceira questão é: “por que será que foi dado aumento para o Legislativo?”, será que desagradar juízes não vai implicar negativamente na “parceria” para julgar, por exemplo, ilegal uma greve justa? Ah! E em tempo recorde. Imaginem se a justiça pernambucana fosse rápida como foi para julgar ilegal a greve de professores e ainda estipular multa exorbitante. Neste caso, o nosso estado e o seu judiciário seriam o exemplo pro restante do país. Só que não. Não é essa a realidade. Se mesmo assim ​Pernambuco não consegue estar nos limites estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal, “por que não se recorre aos preceitos da Constituição Federal​?": reduzir quadro, em 20% dos cargos comissionados​.​



É preciso que estejamos atentos para não estarmos a repetir discursos, e acreditar neles o que é ainda pior, pois são discursos mentirosos, falaciosos, tendenciosos e políticos (do pior ponto de vista possível). Está claro que é uma política de disseminação de ódio contra a gestão do Governo Federal, mancomunados na mesma postura que a direita brasileira assumiu. Lembremos, pois que o que foi anunciado e prometido em campanha eleitoral foi “dobrar o salário dos professores”. Ora nos é inconcebível que um governo sucessor, cujo sucessor era um dos secretários de confiança do ex-mandatário, não tenha o conhecimento de como andam as finanças do estado, e que se passe a dizer asneiras em guia eleitoral!

Estejamos atentos ainda que o governo se utiliza, novamente, de má fé quando ao “negociar” com o sindicato da categoria para o fim da greve faz acordos que são quebrados dias depois, como forma de desmobilizar e levar ao descrédito a categoria, classe tão fundamental e tão apedrejada em nossa sociedade. A classe está em crise, é preciso manter a greve e continuar a luta, mas além de estarem sob ameaça de demissão, precisam correr contra o tempo, repor aulas, fechar semestre... uma situação que está quase por colocar o “trabalhador contra ele mesmo”, pois agora a greve não mais atingirá um número significativo de trabalhadores, que inevitavelmente causará danos a luta dos trabalhadores da educação. Isso é perverso. Pelo visto, vemos que a criatura aprendeu muito bem com o seu criador. Basta que lembremos do ano de 2009, quando o ex-governador Eduardo Campos também não cumpriu com o pagamento do piso.

A pergunta que não pode nos calar é onde está o “governo” do estado de Pernambuco? O que foi feito, além de campanha nesses 5 meses de governo (pra sermos muito generosos, pois é um governo que está no poder há 8 anos e 5 meses ininterruptos)? Por que outros estados, que estão passando pelas mesmas dificuldades com relação ao apoio federal, como Ceará e Minas Gerais estão conseguindo fazer as suas tarefas de casa?

Nos inquietemos, sejamos críticos... quem sempre arruma um culpado não tem compromisso, pois quando eu tenho um compromisso com o povo eu tenho que ser criativo, buscar soluções, DISCUTIR e NEGOCIAR. O governador não quer nem sentar pra conversar, oras! Tem que “olhar por outro ângulo” e buscar alternativas, esse discurso do culpado não vai nos calar.​

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