sábado, 24 de outubro de 2015

E agora Salgueiro? Chama o SAMU também

Primeiro uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) localizada no Pronto Socorro São Francisco, instituição privada que possui convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), na cidade de Salgueiro, ameaçou durante os últimos dias parar seu funcionamento por falta de repasses da Secretaria de Saúde de Pernambuco. Depois o serviço móvel que teve a sua demanda intensificada e deveria ser realizado pelas ambulâncias nesta mesma cidade se tornaram cobranças constantes da população que necessita do deslocamento rápido a tempo de evitar que problemas de saúde sejam agravados e vidas sejam interrompidas a caminho dos grandes centros médicos.


Por fim, após dias de reclames na região inteira, inclusive com recados contundentes de vereadores de cidades circunvizinhas, que avisaram ter disposição de mobilizar a sociedade para interditar a BR-232 no trecho entre Mirandiba e Salgueiro, a Secretaria de Saúde de Pernambuco emite resposta formal e resolve atender ao apelo da população que conta apenas com esta UTI no raio de aproximadamente 90km.


Contudo, no caso da Prefeitura Municipal de Salgueiro, gerida pelo PSB - mesmo partido que governa o Estado de Pernambuco e que, por incrível que pareça, neste caso devido aos apelos do Pronto Socorro e da população, não seguiu com a navalhada da contenção de gastos para prejudicar a permanência da UTI -, a letargia local para ao menos reconhecer que a Secretaria Municipal de Saúde não possui sequer uma ambulância é no mínimo um causador de impasse, para não dizer descalabro administrativo, para se chegar a solução deste problema.


Há de se reconhecer que o município de Salgueiro não possui ambulâncias. E é preciso falar (novamente) isso para o prefeito Marcones Libório de Sá, que teima em desvirtuar para outros serviços e entes federativos, a parcela de culpa por não haver na cidade uma ambulância para auxiliar no atendimento a pacientes que contam sim com outras ambulâncias, mas já em número insuficiente para a relação demanda-oferta e que são pertencentes a estruturas distintas ao município, a exemplo do Hospital Regional (eu falei Regional, isso implica dizer que uma região inteira, e não apenas Salgueiro, demanda o serviço) que dispõe de duas ambulâncias (repito, para uma região inteira) e do Corpo de Bombeiros Militar, que também é parte da estrutura do Governo do Estado. Salvo estas possibilidades, o que a Prefeitura de Salgueiro tem dito é que com a chegada da UPA24h mais uma ambulância atenderá pacientes no município.

Acontece que a UPA24h ainda está na fase de construção, o que inclusive deveria gerar nossa preocupação com a aplicação correta dos recursos provenientes de convênio com o Ministério da Saúde, pois esta parceria conta com o financiamento do Governo Federal e a manutenção e gestão por parte do Poder Executivo Municipal. Salientando ainda que a obra pode constar no Portal da Transparência de uma forma, mas na realidade pode se encontrar totalmente diferente do que se supõe quando se consulta apenas esses dados e não se constata “in loco” o andamento e devida aplicação dos recursos. Fiscalizar é sempre bom, fica a dica.

Voltando ao problema da falta de ambulâncias, verificamos que mesmo assim, o prefeito nunca afirmou publicamente que o município poderia cogitar a possibilidade de ter uma ambulância própria. E nunca afirmará, pois se permanecer assim, futuramente ele também não terá como dizer que se esforçou para adquirir uma ambulância para o município, pois a que será cedida para atender a UPA24h será fruto da parceria com o Ministério da Saúde e, portanto, com investimentos do Governo Federal.

Digo mais, se continuar nesta já citada e notória letargia, antes que o prefeito reconheça que o município não possui ambulância, seu mandato termina, ou quem sabem, ousará reclamar que a manutenção é cara e pode não “compensar” a aquisição de uma ambulância ou a manutenção de algum veículo, a exemplo do que deverá ser parte da estrutura e dos serviços da UPA24h.

Minha avó, também canhota e sertaneja, já dizia: "casa de ferreiro, espeto de pau". O prefeito é médico. O gestor é da área da saúde. O profissional que hoje é político sabe que há necessidade de ter ao menos uma ambulância no município. Falta assumir isso publicamente. Marcones Libório de Sá poderá ser lembrado como o prefeito (profissional médico) que não conseguiu adquirir uma ambulância, tendo durante seus oito anos de mandato o Governo do Estado e o Governo Federal como provedores desta tão necessária ferramenta de atenção básica e incremento indispensável para que políticas públicas de saúde sejam efetivas, principalmente nas cidades do interior do nordeste, como é o caso de Salgueiro. É preciso enxergar e sentir essa política chegando até a ponta, ou seja, ao usuário do serviço. Valorizem o SUS, uma conquista de toda da sociedade brasileira.


Canhota Sincera:
Agora vem cá, falando sério, vamos à realidade. Francamente, é mesmo sério que ainda estão fazendo as contas?

Hospital Regional e Corpo de Bombeiros não dão conta do atendimento a UPA24h não está funcionando ainda, portanto, a conta acima está mal feita ou a Prefeitura de Salgueiro dá mais uma desculpa para não responder a verdade: por que o município não possui uma ambulância para chamar de sua? (Imagem: página da PMS no Facebook)

Simples: ambulâncias do HR são da estrutura da Secretaria de Saúde de Pernambuco, ambulâncias do mandato do parlamentar são oriundas de recursos próprios, ambulância ou serviço similar do Corpo de Bombeiros é parte da estrutura do Governo do Estado de Pernambuco, ambulância vindoura da UPA24h será cedida junto a estrutura física, equipamentos e etc, pelo Ministério da Saúde. Talvez, a partir da entrega da ambulância da UPA24h para o município gerir e custear a manutenção (sem chororô, prefeito, cumpra o convênio), possa haver alguma ambulância em Salgueiro, parte da estrutura da Secretaria Municipal de Saúde.

Mas, até o presente momento, já fizemos as contas aqui e até o próprio material produzido pela equipe de comunicação da atual gestão atesta: Prefeitura de Salgueiro não possui ambulância.

FATO!

Está na hora de colocar a mão na consciência. Parem de deturpar, porque já está ficando feio. Contra fatos, não há pecinha publicitária e baner virtual que contra-argumentem.



terça-feira, 28 de julho de 2015

União dos Estudantes de Pernambuco faz nota criticando passe-livre do governo Paulo Câmara

Posicionamento sobre lançamento do passe-livre estudantil promovido pelo Governo de Pernambuco que ocorreu na segunda (27)


Nós que compomos a entidade representativa dos/as Estudantes universitários/as de Pernambuco viemos por meio dessa nota fazer uma reflexão à respeito do projeto do "Passe livre"  do governo do Estado.
O Passe livre, pauta que os movimentos sociais vem levantando a anos, é o programa que garantirá que os e as estudantes pernambucanos/as consigam  participar com plenitude da vida acadêmica, principalmente os de origem popular que não tem condições de pagar a passagem caríssima que tem no nosso Estado.
Infelizmente, os movimentos sociais que lutam em defesa do passe-livre irrestrito sempre foram tratados a bala de borracha pelo governo de Pernambuco.
A conferência de transporte, espaços onde a sociedade civil juntamente com o governo encaminham as políticas de transporte ainda não ocorreu impossibilitando assim um amplo debate sobre o sistema de transporte no nosso Estado.
O programa que visa distribuir passagens para os/as estudantes cadastrados da RMR na Rede Estadual de Ensino e os cotistas matriculados na Universidade de Pernambuco (UPE) é uma excelente iniciativa, no entanto, não reconhecemos esse programa enquanto passe livre estudantil por não contemplar todos/as  estudantes do estado e desconsidera o Plano Estadual de Assistência Estudantil (PEAES) , programa elaborado pelo movimento estudantil que garante o direito a transporte de qualidade para todos os as estudantes do Estado
A vida estudantil é composta por diversas dificuldades de acesso e permanência. A condição de se manter em uma universidade perpassa por fatores como alimentação, transporte, moradia, acesso à saúde, lazer, cultura, e tantos outros pontos, como debatido no PEAES, no ano passado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE), que em seu projeto garante que os estudantes pernambucanos/as tenham o direito de permanência garantido na escola ou universidade.
Considerando ainda que esse projeto de "passe livre" oferecido com um sistema de transporte falho, de péssima qualidade e sem nenhuma segurança, colocando-nos, usuário e trabalhador/a em condições de risco, sendo eles por assaltos ou acidentes trágicos como de Camila Mirelle, estudante da UFPE, morta em maio deste ano, na BR-101, num ônibus Barro-Macaxeira, que estava completamente lotado, e que desde a tragédia não se teve posicionamento de solução proposto pelo Governo de Pernambuco.
Nós queremos imediatamente a aprovação do Plano de assistência estudantil que garante passe-livre pra todos/as estudantes pernambucanos/as, queremos a realização da conferência estadual de transporte, a meia passagem intermunicipal, a redução das tarifas e a auditoria nas contas das empresas de transporte.
Não iremos admitir que o governo do Estado, que sempre reprimiu o movimento passe livre, agora de forma eleitoreira iluda os estudantes dizendo que esse projeto é o tão sonhado passe livre.
Queremos que o Governo do Estado interiorize suas políticas, execute os mecanismos de diálogo com a população e aprove imediatamente o passe livre irrestrito pra todo estudante do litoral ao sertão.

sábado, 25 de julho de 2015

Ódio de quem? – Brasil, Capital Multinacional e as esquerdas.



Estamos cheios no presente, enfadados com as ebulições do agora; na verdade, estamos cheios do “hoje” e de suas realidades, no mundo e, principalmente, no Brasil. Entender o presente é preciso reconciliar-se com o passado. Entender o passado é preciso saber que estamos fincados no presente, com os nossos ritos, ritmos e percepções. No entanto, não nos desanimemos, pois existe uma técnica, um trampolim, que a princípio aparenta dificultar ou também diversificar o entendimento, mas na verdade, aclara e muito os elos do presente/passado (ou vice-versa) e, especialmente, ajuda o iniciar de uma explanação. Chamamos esse artifício, diga-se de passagem, com muito de entendimentos próprios, de “hermenêutica”. É quem puxa a interpretação, quem nos faz treinar proposições e chegar a explicações coerentes, através desse processo que inclui a comunicação. Pois bem, de forma coerente e séria, nos comuniquemos.



Dos muitos processos de integração capitalista no mundo, o Brasil, que tinha seu capitalismo tardio e dependente, chegou a se tornar tanto transnacional quanto a oligopolista e subordinado aos centros de expansão deste sistema, no final da primeira metade do século XX. Ocorreu de fato uma penetração na economia brasileira de multinacionais, sobretudo, de um bloco liderado por interesses americanos que deram lugar a novas relações econômicas e políticas. Apareceram daí grandes unidades industriais e financeiras integradas a partir de uma crescente concentração econômica e centralização de capital. E não para por aí, pois ainda havia um processo de controle oligopolista do mercado. Aquele capital “nacional”, o surgimento de empresas “nacionais”, que foram predominantes no governo de Getúlio Vargas, perdiam espaços e coexistiam fortemente já nos anos 50 com o capital “multinacional”. O capital “nacional” só conseguiria coexistir de modo significativo somente em sua forma ASSOCIADA ou em EMPRESAS pertencentes ao Estado. O clima era de demasiada inserção de grupos multinacionais multibilionários. E advinha; quem mantinha uma posição proeminente dentro destes grupos no Brasil? Os norte-americanos, claro. Não é de se estranhar que através desse controle oligopolista do mercado, as companhias multinacionais ditavam o ritmo e a orientação da economia brasileira, ou melhor, da capacidade técnica, militar, empresarial e política brasileira. Contudo, espera aí. Qual o motivo dessa volta ao passado, dessa desdobrada narrativa, ou melhor, desta hermenêutica?


A causa dessa volta – para se antecipar aos críticos e moralistas que possam enxergar como pretexto - é o hoje, mesmo sabendo que os ventos que batem atualmente tocam sob outras formas e realidades. O Brasil do presente está embebido em ódio, contra um governo, contra um partido, contra uma ala, contra um povo, contra escolhas, contra democracias, contra inclusão social, contra muitos outros aspectos. De onde vem esse ódio? O que se esconde atrás dele? É muito simples, embora, tenha sido preciso fatigadamente puxar hermenêuticas. Sabe o que se acaçapa atrás dele? Todo o passado e suas marcas não cicatrizadas, rememoradas nas linhas anteriores. O Brasil é controlado pelo capital “multinacional” e associado. É multinacional, é transnacional, é de grupos multibilionários que nos dificultam a contagem, é de berço, é de um processo duro de entendimento, quem dirá de aceitação. Esse capital associado é que prolonga as velhas elites, é o que controla e dificulta políticas sociais de inclusão e posturas governistas que primam pela dizimação do inferno da pobreza; esse capital transnacional é o que bloqueia, mesmo quando dando certo, os espaços conquistados e reservados aos que não têm selos familiares nobiliárquicos, onde os projetos político-sociais fizeram justiça, fizeram as classes atingidas pelos seus pontos baixos terem vez. Há um marketing nacional e transnacional produzido por mídias conservadoras e que não respeitam os ritos democráticos. Por isso fomenta um sentimento de ódio, diga-se de passagem, um ódio coletivo dos ricos, daqueles bem relacionados (e controlados) internacionalmente, pelas multinacionais, pelos dominantes também nacionais, que viram soar o “sinal de alarme” de suas classes dominantes, uma vez que há um sucesso contínuo e “inesperado” de forças minoritárias; ou melhor, do povo, das comunidades periféricas, etc. Mas, vejam bem. Por que o passado dos anos 50, dos anos 60? Qual o real elo?


Foram os anéis burocráticos do capital “multinacional” e associado que controlaram e, posteriormente, dominaram o poder populista e democrático daquele período. Impuseram suas doutrinações e disseminação ideológica goela abaixo, onde o regime populista nos anos 60 apenas sobrevivia conforme as “regras do jogo”. Quando o regime populista tentou programar um bolsão de reformas sociais, políticas, econômicas e culturais, o capital multinacional e associado, com o “dedão” avassalador norte-americano, percebeu que não era mais possível conviver com as “regras do jogo”. Partiram para um assalto do poder e, como sabemos, tivemos um golpe no ano de 1964. E para que melhoremos a nominação desse golpe, já que se tem intento sério de se comunicar com o leitor, fujamos de um “Golpe Militar”, pois, de forma mais precisa, foi um assalto, um Golpe técnico-empresarial-militar, do capital multinacional e seus associados, de grupos multibilionários, que tentavam esse assalto ao poder desde Vargas e conseguiram o desígnio no governo de João Goulart (1961-1964). As esquerdas ainda ampliavam sua organicidade, o Partidão (PCB), segundo cientistas políticos, sociais e historiadores, praticamente ficou imóvel diante daquele nível técnico-político-militar cruel de enfrentamento. Do resto, nós sabemos: rasgado durante 21 anos o véu da democracia.

Hoje, não é diferente, uma vez que o capital multinacional e associado ainda controla e desenvolve uma perícia organizacional e política própria para influenciar as diretrizes políticas no Brasil, sobretudo, dão suporte e criam situações para que associados e líderes locais “assaltem o poder” vigente. Como disse o conceituado cientista político uruguaio René Dreifuss, nos anos 80, há “uma intelligentsia política, militar, técnica e empresarial, isto é, nos intelectuais orgânicos dos interesses multinacionais e associados e nos organizadores do capitalismo brasileiro”. Ela tem suas agências e seus agentes, que de forma associada são capazes de exercer forte pressão sobre os governos dos países onde opera. São criados os climas favoráveis para investimentos usando sócios locais e para que seus papéis políticos sejam garantidos e estratégicos para as companhias. Por isso o sentimento de ódio no Brasil nutrido pelas elites econômicas, pelos filhos das mídias conservadoras e por vários parlamentares direitistas (adotados pelos holdings transnacionais) diante do governo atual, diante das classes que penosamente tiveram uma trajetória de muitas lutas para serem abraçadas pelo poder social, diante das esquerdas (estas metamorfoseadas, persistentes, entre outras, que já perderam o “S” de Socialista e o “C” de Comunista), etc.



O ódio não é contra o governo atual, contra o Partido dos Trabalhadores, contra os outros Partidos de esquerda, contra a corrupção, contra as roubalheiras na Petrobrás, contra os maus dirigentes, e sim, mais contra as extensões do governo do que o próprio governo. É contra o povo pobre que vem ascendendo socioeconomicamente; é contra as políticas de inclusão social; é contra a transparência pública; é contra o caminho das urnas, que rejeitou os projetos políticos neoliberais; é contra os NÃOS para com a redução da maioridade penal; é contra a DIVERSIDADE; ou seja, esse ódio é contra todas essas extensões dos últimos governos petistas e que ainda precisam ser continuadas. Como nos alerta o escritor Leonardo Boff a partir do clássico Conciliação e Reforma no Brasil (1965), de José Honório Rodrigues,  esse ódio é de uma “maioria que foi sempre alienada, antinacional e não contemporânea; nunca se reconciliou com o povo; negou seus direitos, arrasou suas vidas e logo que o viu crescer lhe negou, pouco a pouco, a aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que continua achando que lhe pertence”. Corrobora também nesse sentido, o viés de um líder do MTST, em entrevista na Carta Capital em 15.11.2014: “Há um ranço de classe, de uma elite, de uma burguesia, que nunca aprendeu a conviver com o povo, uma elite que sequer admitiu a abolição da escravatura”. E contextualizando com a hermenêutica das épocas de Vargas e Jango, em um artigo do Diário do Centro do Mundo (DCM), postado em 01.03.2015, o jornalista Paulo Nogueira aponta também, que esse ódio vem de uma classe manipulada: a classe média. “A classe média é facilmente manipulada. Getúlio foi boicotado assim, e depois dele Jango também. O ódio de classes que marca o Brasil de hoje deriva daí. Os “corruptos”, no discurso calculado da imprensa, estão acabando com o Brasil e enriquecendo à custa de todo mundo”.

Percorridos e nominados os interesses de quem controla, de quem realmente está por trás do aparente, de quem tem o real domínio na política e economia brasileira (o capital multinacional e associado), por último, é de se mencionar mais uma vez as esquerdas no Brasil. Estas estão bastante segregadas e, algumas, cada vez mais sendo laranjas de partidos reacionários, quando não fundindo-as com estes últimos. Outras estão nos velhos projetos políticos, diga-se de passagem, enfadados de teorias e distantes das realidades consuetudinárias, sobretudo, de militâncias e das “ruas”. A contradição sempre foi presente nas esquerdas e nas várias tendências que elas discutem e seguem. No entanto, trotskistas, stalinistas, centro-esquerda, entre outras articulações de esquerdas, que compõem vários partidos no Brasil, têm de focar no inimigo comum: o capital multinacional associado; os parlamentares desses holdings transnacionais; nos Eduardo Cunhas; no ódio contra as conquistas sociais; nos privilegiados golpistas, e deles a imprensa que é o porta-voz e não querem abrir mão de suas mamatas; nos projetos e ações que almejam o “assalto ao poder” e criminalizam por criminalizar todos aqueles que lutam pelos ritos democráticos. Esse é o momento. Ele é emergencial. Não dá para ser adiado. As elites econômicas não cessarão de vencer e de bloquear o que não lhe convêm. Elas começam de si para o mundo e não do mundo para se chegar ao coletivo e, do coletivo, se chegar a si. Eles não têm “percepção”. Finalizando, um dos grandes intelectuais contemporâneos, Deleuze, respondeu uma vez, quando questionado “o que é ser de esquerda”, de uma forma que reforça essa sensibilidade ou acúmen, no bom sentido, que é estar nessa responsabilidade e nos alertarmos contra o ódio reacionário:

 “Ser de esquerda é o contrário. [...] Primeiro tem que perceber o contorno. Começar pelo mundo, depois o continente europeu, por exemplo, depois a França, até chegarmos à Rue de Bizerte e a mim. É um fenômeno de percepção. Primeiro, percebe-se o horizonte. [...] Ser de esquerda é começar pela ponta e considerar que os problemas devem ser resolvidos. [...] Ser de esquerda é saber que os problemas do 3º Mundo estão mais próximos de nós do que os de nosso bairro. [...] A esquerda é o conjunto de processos de devir (movimento) minoritário. Eu afirmo: a maioria é ninguém e a minoria é todo mundo. Ser de esquerda é isso: Saber que a minoria é todo mundo e que é aí que acontece o fenômeno do devir (movimento)”.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Hospital Miguel Arraes fecha leitos de UTI por falta de manutenção dos equipamentos

Com 5 ventiladores e 7 monitores parados e os demais sem manutenção preventiva, o hospital se viu obrigado a fechar os leitos de UTI




Por causa de atrasos na manutenção dos equipamentos de suporte à vida, o Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista, fechou três leitos de UTI, número que pode aumentar se a situação não for corrigida.

Desde sua inauguração, o HMA funciona com equipamentos, como respiradores e monitores, locados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) de uma empresa sediada em São Paulo e a cerca de seis meses, a empresa não faz a manutenção dos equipamentos. Com 5 ventiladores e 7 monitores parados e os demais sem manutenção preventiva, o hospital se viu obrigado a fechar os leitos de UTI.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) esclarece que já notificou a empresa que realiza a manutenção dos equipamentos da UTI do Miguel Arraes e está tomando todas as providências cabíveis, na esfera legal, para que não ocorra descontinuidade no serviço prestado.

A SES também informa que, de imediato, já está realizando o remanejamento de equipamentos da rede para manter os leitos de UTI do HMA abertos e servindo à população. O órgão promete regularizar a situação ainda nesta quinta-feira (4).

Segundo a secretaria, a assistência de terapia intensiva é uma prioridade da gestão. Nos últimos oito anos, a oferta de UTI foi ampliada em 400%, subindo de 228 leitos (2007) para mais de mil em 2015.



Fonte: RBC

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Abaixo a chibata, meu professor merece respeito





Ontem (02/06) teve Assembleia Geral do Sindicato dos Profissionais de Educação de Pernambuco (SINTEPE)  no Clube Internacional do Recife, ocasião em que os professores em greve da rede estadual de ensino decidiram manter a paralisação, e deliberaram ainda que vão se reunir em frente à Secretaria de Administração (SAD) na quarta (3), a partir das 8h. Uma nova assembleia ficou marcada para a próxima segunda-feira (8), às 15h.
Noticiários dão conta que embora o SINTEPE tenha diagnosticado, por mapeamento, que 50% dos professores e servidores administrativos aderiram à paralisação, iniciada em 29 de maio; a Secretaria de Educação afirma que apenas 13,7% das escolas estaduais aderiram à greve, sendo que 13% de forma parcial, o que corresponde a 136 instituições, dessas apenas 7 colégios estaduais estão completamente parados.

A máxima que já prevíamos em nossa matéria anterior (Sobre a dificuldade do Governo Paulo Câmara em pagar os salários dos servidores) de que estávamos prestes a ver o “trabalhador contra ele mesmo”, parece se cumprir de forma ainda mais perversa, quando em nota, o governo informou dados que diferem das do Sindicato da Categoria e ainda que os pais encaminhem seus filhos normalmente ao colégio, aqui além dos trabalhadores há uma tentativa oculta e implícita de colocar a sociedade (pais e alunos) contra a categoria.

Hoje pela manhã a situação foi exatamente concretizada, o vídeo abaixo mostra a atuação dos trabalhadores da segurança pública que, diga-se de passagem, estão sem aumento e trabalhando sob pressão para “bater metas” e fazer valer o “Pacto pela Vida” (embora não se saiba de que vida se fala), atuando com violência contra grupo de Professores que cumpriam a manifestação em frente a SAD, deliberada ontem durante a assembleia da categoria.



O governo de Pernambuco vai “empurrar goela abaixo” um “aumento salarial progressivo” divididos em “suaves” parcelas durante o ano. O primeiro, de pouco mais de 2%, será dado a partir do mês de junho. Os outros reajustes estão previstos para outubro e dezembro, totalizando 7,01% de aumento para docentes e 6,12% para analistas e o quadro administrativo. O SINTEPE reivindica um incremento de 13,01%, conforme estabeleceu a Lei do Piso Salarial do Magistério em 2015, nos salários de todos os quase 50 mil profissionais do estado.
A chibata vai “botar pra moer” ainda mais pois, em sua nota, o governo anunciou que os dias parados serão descontados do salário dos professores grevistas, que terão suas remunerações postergadas para o próximo dia 5, e não serão beneficiados com a progressão prevista para junho.  Enquanto que os lotados com contratos temporários ainda correm o risco de ter o contrato rescindido. Debaixo da batida da chibata quem é besta de ficar de greve nessas condições?

Entendamos um pouco:
No dia 27/02/2013, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a Lei 11.738/2008, que regula o piso salarial nacional dos profissionais do magistério público da educação básica, passou a ter validade a partir de 27 de abril de 2011, quando o STF reconheceu sua constitucionalidade. A decisão tem efeito erga omnes, isto é, obriga a todos os entes federativos ao cumprimento da Lei. Se um determinado ente federativo, seja município, estado ou mesmo a União - que tem professores em determinadas escolas federais de nível médio, portanto da educação básica -, não paga o piso salarial, ele está devendo aos professores. Os professores têm o direito de recorrer à justiça ou a outros órgãos de controle e/ou de fiscalização, como, por exemplo, o Ministério Público. O curioso é que a Justiça de Pernambuco tem julgado sempre, e em tempo recorde, a favor do Estado e contra os professores, estranho não?

Principal fonte de financiamento da educação básica pública, o FUNDEB é formado por percentuais de diversos impostos e transferências constitucionais, a exemplo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Conforme a lei que instituiu o FUNDEB, pelo menos 60% dos recursos devem ser usados na remuneração de profissionais do magistério em efetivo exercício, como professores, diretores e orientadores educacionais. O restante serve para despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino, compreendendo, entre outras ações, o pagamento de outros profissionais ligados à educação, bem como a aquisição de equipamentos e a construção de escolas. Ainda conforme a Lei, a União transfere recursos aos estados e respectivos municípios que não alcançam com a própria arrecadação o valor mínimo nacional por aluno estabelecido a cada ano – em 2015 esse valor é de R$ 2.576,36. Entre eles, pasmem está Pernambuco, junto com Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte.

Portanto, a retórica insistente do Governo de Pernambuco em acusar a falta de repasses federais para cobrir o piso dos professores, negando o discurso utilizado em Campanha Eleitoral, parece afirmar cada vez mais o que há tempos Paulo Freire anunciou: “Seria uma atitude muito ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que permitissem às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma crítica”.
Ou seja, ao investir numa educação pública de qualidade, corre-se sérios riscos de que os beneficiários dessa educação percebam as injustiças sociais não mais como vítimas ou coitados, mas que a percebam de forma crítica, como a incapacidade do Estado em cumprir com os preceitos constitucionais. É óbvio que o conhecimento é opressor, e que quem não possui conhecimentos acerca de seus direitos, inevitavelmente será oprimido.

O curioso é que aqui vizinho, no Ceará o governador Camilo Santana anunciou reajuste que igualará o salário dos professores do estado com o piso nacional do magistério; e anunciou mais três medidas de valorização profissional: a nomeação de 212 professores concursados, o pagamento de vale-alimentação para temporários e ampliação de carga horária definitiva. As medidas foram anunciadas no último dia 29 de abril em coletiva no Palácio da Abolição, e devem gerar impacto de pelo menos R$ 70,5 milhões por ano ao Estado. Com a adoção de tais medidas, a proposta do governador corrigirá o vencimento básico do magistério em 13,01%, beneficiará 48.842 professores, entre ativos, aposentados e temporários. Em janeiro, o governo havia concedido 6,45% de reajuste aos professores. “Agora, vamos reajustar toda a tabela para elevar o vencimento básico de modo a atingirmos o aumento total de 13,01%”, conforme determina o artigo 5º da lei federal nº 11.738, de 2008.

Em Minas Gerais os trabalhadores da Educação assinaram nesta sexta-feira (15), numa coletiva no Palácio da Liberdade, um acordo histórico com o Governador Fernando Pimentel que possibilitará o pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional para os professores, além da extinção do regime de subsídio e do descongelamento das carreiras, com isonomia de tratamento para todas as carreiras da Educação e entre servidores ativos e aposentados. O acordo será encaminhado sob a forma de projeto de lei à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em regime de urgência.

Ficou acordado que será concedido reajuste de 31,78% na carreira do Professor de Educação Básica, a ser pago até agosto de 2017. Além de ser assegurado também o pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional para uma carga horária de 24 horas semanais. "Vamos pagar o piso independente do déficit", garantiu o governador. "O déficit vamos equilibrar cortando custeio, eventuais discrepâncias e erros que existem na folha de pagamento", explicou.

           Enquanto a greve de Professores do Estado de São Paulo, governado Geraldo Alckmin (PSDB), cujo vice-governador é Márcio França (PSB), já é considerada a maior da história, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, tomou duas decisões importantes no inicio de maio: aumentou o piso salarial dos professores, que era de R$ 2,6 mil, passa a ser R$ 3 mil; e anunciou a abertura de 3,5 mil novas vagas na capital paulista para professores da educação infantil e ensino fundamental I. O aumento atinge também outros níveis da carreira no magistério. No caso dos supervisores, o piso passa de R$ 4.460 para R$ 5.146, enquanto o dos diretores aumentam de R$ 4.188 para 4.832. Já para os coordenadores pedagógicos, o piso vai de R$ 3.692 para R$ 4.260. O investimento adicional na educação soma R$ 622 milhões.A carreira de São Paulo passa a ser uma das mais atraentes do Brasil”, disse ele.

            O que essas três histórias tem em comum? São três gestões ptistas, que reconhecem a importância dos profissionais de educação, e os investimentos advindos da União. Que procuram negociar com a categoria e buscar estratégias para atender as reinvindicações através do diálogo. Por que aqui estamos destacando as gestões do PT? Pois, embora tenha abandonado e errado feio em muitas das causas e lutas de ideais da esquerda, ainda são essas gestões que têm se debruçado pela equidade e pela valorização de classes historicamente excluídas e desvalorizadas.
              
                 Fica então a reflexão, se não pode pagar o Piso que é lei, como prometeu ("pode anotar") em campanha dobrar os salários? O que se pretende ao atribuir todas as falhas de suas “ingovernanças” à União? A resposta parece ser uma só: descer a chibata opressora, enganar e confundir a consciência do povo.


Fontes: FNDE, Governo do Ceará, de Minas Gerais, Prefeitura de São Paulo, G1 e Diário de Pernambuco

sábado, 30 de maio de 2015

Acordo com ditadura possibilitou eleição de Havelange à Fifa, mostra pesquisa

Pesquisador da USP diz que aproximação entre poder político e esportivo ocorreu quando militares vivenciavam uma situação de insegurança quanto ao futuro


A associação entre esporte e política durante o regime militar brasileiro possibilitou a eleição de um dos presidentes da Fifa (Federação Internacional de Futebol) que mais tempo esteve à frente da entidade: João Havelange. Essa é uma das conclusões do mestrado “A Bola e o Chumbo: Futebol e Política nos anos de chumbo da Ditadura Militar Brasileira”, apresentado na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP.

Segundo o cientista político Aníbal Chaim, autor da pesquisa, a aproximação entre o poder político e o esportivo ocorreu no momento em que os governantes militares vivenciavam uma situação de insegurança e indefinição quanto ao futuro. Menos de duas semanas antes da publicação do AI-5 (Ato Institucional), que dava ao presidente da República poderes excepcionais, o então presidente do Brasil, Arthur Costa e Silva, se reuniu com João Havelange, na época presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) — atual CBF (Confederação Brasileira de Futebol) —, e os dois fecharam um acordo que previa investimento do Estado no futebol nacional.

Acordo entre o dirigente e a ditadura previa investimento do Estado no futebol
Pedro Bolle / USP Imagens


Do lado do governo, o intuito era associar sua imagem à do futebol brasileiro em busca de estabilidade política e aceitação popular do regime, já que o esporte era a representação nacional com maior poder simbólico junto ao povo, principalmente pelas conquistas da Copa do Mundo em 1958 e 1962. Para Havelange, o acordo seria o apoio necessário para alcançar seu plano pessoal: ser eleito presidente da FIFA.

“João Havelange usou dinheiro da ditadura militar para se eleger para a FIFA, mas isso não quer dizer que a ditadura tenha lhe dado dinheiro diretamente com esse objetivo, isso não aconteceu. O investimento do governo na seleção e no futebol brasileiro, de forma geral, foi a chance de ouro para que Havelange obtivesse um suporte financeiro robusto o suficiente para executar seus projetos com vistas à conquista do cargo de presidente da federação internacional”, explica Chaim.





Financiamento
O primeiro resultado concreto do acordo com o governo militar foi a criação da Loteria Esportiva, que seria a principal fonte de recursos financeiros da CBD. “Com esse dinheiro, Havelange promoveu uma rigorosa preparação física para os jogadores da seleção de 1970. O principal objetivo do governo militar era associar-se ao sucesso do ‘Brasil’, fosse esse o país representado pelo Estado que dirigiam, fosse esse a seleção nacional de futebol. Não seria possível fazer propaganda de um time fracassado”, ressalta o pesquisador.


O tricampeonato no México converteu o futebol brasileiro em um valioso instrumento de promoção do regime militar, já sob o comando de Emílio Garrastazu Médici que assumiu a presidência da República em 1969. Após a conquista da Copa de 1970, o presidente da CBD lançou sua candidatura à FIFA e começou a promover excursões pelo mundo com a seleção brasileira e o Pelé com o objetivo de cativar potenciais eleitores para assembleia da entidade.

“Para chegar ao poder, ele teria duas alternativas: uma delas seria conquistar os presidentes das grandes confederações de futebol da Europa, o que seria uma tarefa muito difícil. A outra seria investir maciçamente no apoio de dirigentes esportivos dos países de terceiro mundo, ou seja, desafiar a hegemonia europeia na FIFA. Havelange optou pela segunda. A estratégia foi, então, utilizar o futebol brasileiro e seu astro maior, o ‘Rei Pelé’, como moeda de troca para a obtenção de votos dos países de terceiro mundo”, conta Chaim.

Havelange ficou à frente da Fifa por mais de 20 anos.Wikicommons


Excursões
De acordo com o pesquisador, a prática da cobrança por parte da CBD para promover amistosos da seleção no exterior não era novidade. Na época, o preço praticado era de cerca de US$ 50 mil por jogo. Entretanto, para os jogos em que o dirigente brasileiro pretendia usar para construir apoio político, esse valor era reduzido para US$ 30 mil. “Como essa contava não fechava, era preciso utilizar dinheiro da CBD para cobrir o déficit com hospedagem, alimentação, transporte dos jogadores”.


Além das deficitárias excursões para o exterior, o dirigente brasileiro lançou, em 1972, a ‘Taça da Independência’, um torneio comemorativo em alusão aos 150 anos da Independência do Brasil. As principais seleções do mundo foram convidadas, mas as europeias, percebendo propósitos de Havelagne boicotaram a competição. “Eles acreditavam que, mais que um evento comemorativo, o torneio planejado por Havelange pretendia demonstrar para o mundo inteiro sua capacidade de liderar a organização de uma competição esportiva de alcance mundial, o que seria o passo final para consolidar seu prestígio político perante seus pares de todo o mundo”, relata.

Com a desistência dos europeus, participaram da Taça da Independência apenas os países cujos dirigentes já tendiam a apoiar o brasileiro para a FIFA, como os sul-americanos, os árabes e um combinado de jogadores de diversos países da África. “A África foi o principal lastro de votos do Havelange na eleição de 1974 à FIFA. Estimou-se que, dos 68 votos recebidos por Havelange no dia da eleição, 30 eram oriundos do continente africano. Com a debandada de seleções como Inglaterra, Itália e Alemanha, o apelo esportivo do torneio foi baixo e se mostrou um fracasso financeiro, mas por outro lado gerou uma base de eleitores importantíssima para o pleito da FIFA em 1974”, segundo Chaim.

Dívidas
Ernesto Geisel, presidente que sucedeu Médici, desembolsou US$ 4 milhões para bancar o rombo que Havelange havia deixado na CBD. O regime militar iniciou investigações na confederação esportiva entre 1971 e 1972 e descobriu que o dinheiro da CBD financiava as excursões do Santos e da seleção fora do Brasil, além disso, por imposição de Havelange, era cobrado um preço inferior ao oficial. De acordo com o pesquisador, até mesmo Pelé, que havia celebrado uma aliança com o dirigente, baixava em US$ 4 mil o valor de seu cachê em jogos internacionais do Santos que interessavam ao candidato brasileiro à FIFA.


“É importante salientar que a CBD teve, a partir de 1970, o dinheiro oriundo da Loteria Esportiva como principal fonte de financiamento. Foi com o dinheiro dessa loteria que a CBD promoveu a maioria de suas atividades desde o início do ano de 1970. Pelo fato de a Loteria Esportiva ser um programa do governo federal para apoio ao esporte do Brasil, o mau uso de sua verba poderia render a Havelange sérios problemas com o governo. O governo militar tinha plena consciência do uso privado da verba pública que era feito pelo máximo dirigente esportivo do país, mas mesmo assim não o repreendeu por isso.”


Fonte: Agência USP de Notícias

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Justiça Racial é Justiça Social. Pobreza entre negros cai 86% em uma década

Entre 2002 e 2013, extrema pobreza foi reduzida de 12,6% para 1,7%; População negra se destaca em programas inclusivos como Pronatec e MEI


Nos últimos 11 anos, o percentual da população negra de baixa renda caiu 86%, levando-se em conta critérios como baixa escolaridade e acesso restrito a serviços e bens. Os dados constam de uma pesquisa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), feita com base em uma metodologia adotada pelo Banco Mundial. O resultado foi apresentado pela ministra Tereza Campello na terça-feira (26), durante reunião do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial.

“Ainda há muito trabalho pela frente, mas já temos um País menos desigual”, observou Tereza Campello. O levantamento considera várias dimensões da pobreza além da renda e mostra que, no período em que a população negra cresceu no País, a queda da pobreza crônica foi mais acentuada entre negros do que entre brancos.

Entre 2002 e 2013, a pobreza crônica entre negros diminuiu de 12,6% para 1,7% da população. O número representa 1,8 milhão de pessoas, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, divulgada no ano passado. Entre a população negra rural, a queda também foi expressiva: de 28,6% para 4,9%.



Segundo o MDS, 75% dos beneficiários do Bolsa Família, cerca de 10,3 milhões, são negros. Nos últimos quatro anos, 4,3 milhões de famílias chefiadas por negros acessaram programas inclusão produtiva do Brasil Sem Miséria, tanto em áreas urbanas como rurais.

O aumento da formalização é outro resultado detectado pela pesquisa do ministério. Dos 525 mil microempreendedores individuais no Brasil (MEI) que são cadastrados pelo Bolsa Família, 63%, ou 332 mil, são negros. Também chama a atenção o número de famílias de negros que recebem assistência técnica pelo Programa de Fomento às Atividades produtivas Rurais: 45%, cerca 166,3 mil famílias.

Por fim, o maior acesso dos negros a políticas públicas do governo federal também se reflete no setor de habitação. De acordo com o levantamento do ministério, 68% das unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida, cerca de 497,3 mil, foram entregues a famílias chefiadas por negros, entre 2011 e 2014. Do mesmo modo, 64% das crianças beneficiárias do Bolsa Família e que frequentam creches são de famílias de negros.




Fonte: Portal Brasil e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Gato por lebre: propaganda não substitui política pública



A corrida para eleições municipais teve início no Município de Salgueiro – PE, desde o último dia 05 de maio. O Seminário Municipal 2015, “Avaliando e discutindo a gestão”, que acontece em 13 localidades durante o mês de Maio, é uma tentativa piorada de copiar o exitoso Orçamento Participativo, proposta implantada inicialmente na gestão municipal de Porto Alegre, durante o mandato do ex-prefeito Olívio Dutra, ainda na década de 90.  Apenas uma década depois, na gestão de Cleuza Pereira, Salgueiro experimentou o Orçamento Participativo. Na verdade, há uma diferença gritante entre as duas formas de FAZER consulta popular. Olívio Dutra conseguiu ser o primeiro prefeito do Brasil a pensar, discutir e executar junto aos setores populares, uma iniciativa de participação social na gestão pública. Enquanto isso, no presente Salgueiro, trata-se de um disfarce para o real propósito por trás de tudo isso: a corrida eleitoral que já se inicia pela atual gestão.

O compromisso de discutir e decidir junto à população não tem sido marca desse governo, uma vez que esqueceu totalmente nos seus dois mandatos, um meio de política pública que foi adotado por vários gestores públicos nas esferas Municipais e Estaduais. Orçamento Participativo, é um mecanismo governamental de democracia participativa que permite aos cidadãos influenciar ou decidir sobre os orçamentos públicos, geralmente o orçamento de investimentos de prefeituras municipais, através de processos da participação da comunidade. Esses processos costumam contar com assembléias abertas e periódicas e etapas de negociação direta com o governo. No Orçamento Participativo retira-se poder de uma elite burocrática repassando-o diretamente para a sociedade. Faltando pouco mais de um ano para as eleições municipais, o Prefeito Marcondes e sua gestão, tentam ludibriar a população através do seminário 2015, “Avaliando e discutindo a gestão”, percorrendo os bairros e zona rural do município para “prestar contas” dos seus quase dois mandatos. Uma pergunta pertinente deve ser feita, ou pelo menos ser instigada e criticamente analisada. Porque em sua gestão não houve nada ligado ao orçamento participativo de verdade, originalmente implantado, como já dito anteriormente, pela ex-prefeita Cleuza Pereira? Seria uma forma de lembrar a população o que sua gestão fez e dessa forma – perto do fim da sua gestão – tentar emplacar por mais quatro (4) anos o oligopólio político da família Sá na cidade?
Camuflando o orçamento participativo em seminário, o Prefeito vai para os bairros e distritos fazer uma espécie de campanha eleitoral antecipada sobre investimentos que omite ser fruto das parcerias, e pior, sem o caráter orçamentário que o Orçamento Participativo. Uma prática populista, pois dessa forma se tenta fazer com que a população de “memória curta”, lembre o que sua gestão fez, através dessa prestação de contas em forma de seminário, que passa bem longe dos princípios do Orçamento Participativo.

No nosso sistema político-eleitoral retrógrado, existe uma regra que diz: quanto mais tempo você tiver, menos recursos (humanos, financeiros, logísticos) gastará na campanha. E vice-versa. Uma das formas de garantir que o seu tempo útil de campanha será bem utilizado é ter tudo muito bem planejado antes da corrida começar. Perder a primeira semana ou os primeiros dez dias até que as coisas engatem na campanha, pode custar os votos que lhe garantirão a eleição. Faça um cálculo rápido: com quantas pessoas você consegue conversar por dia? E se, ao invés de 14 horas de atividades por dia, tiver apenas 12 horas, porque há brechas na agenda, que está mal feita? E se através de um falso seminário, começar a prestar contas relembrando a população o que tal gestão fez? E se omitir a origem dos recursos e a quantidade de cifras existente em caixa, abordando apenas a ação (pouco exitosa) sem atrelar ao orçamento?

As perguntas e respostas pertinentes a este debate agora ficam soltas no ar, como as plenárias do “Todos por Pernambuco” e os seminários “Avaliando e discutindo a gestão(?)”, que por muitas vezes nem sistematização apresentam e não se repassa para a sociedade. Tudo fica solto no ar, pois o Orçamento Participativo realizado com prioridades e recursos alocados com base no que existe na Secretaria de Finanças, é uma idéia e prática que já não existe mais. Nem na cidade de Salgueiro, muito menos no estado de Pernambuco, que nunca ousou alargar a participação do povo neste sentido. A fama de centralizadores que os “capas” do PSB de Pernambuco (e de uns anos pra cá, os “capas” de Salgueiro também) incorporaram, mostram que essa tentativa fracassada é apenas fachada e marketing eleitoral, porque de política pública ainda não vimos nada.

A lista dos deputados que aprovaram a doação empresarial de campanha

Novo texto, bancado por Cunha, coloca na Constituição o direito das empresas de financiarem campanhas políticas

Eduardo Cunha durante a sessão em que financiamento empresarial a partidos foi aprovado
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Um dia depois de impor uma dura derrota ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e rejeitar o financiamento empresarial de campanha, o plenário da Casa aprovou na noite desta quarta-feira 27 uma emenda que autoriza as doações de empresas aos partidos políticos e não aos candidatos. A votação ocorreu graças a uma manobra de Cunha, que foi apoiada por diversos partidos, incluindo o PMDB e o PSDB. Apenas quatro legendas (PT, PDT, PCdoB e PPS) recomendaram voto contra o texto, que acabou aprovado com 330 votos a favor e 141 contrários.

Confira abaixo a votação:


Parlamentar
UF
Voto
DEM
Alberto Fraga
DF
Sim
Alexandre Leite
SP
Sim
Carlos Melles
MG
Sim
Claudio Cajado
BA
Sim
Efraim Filho
PB
Sim
Eli Côrrea Filho
SP
Sim
Elmar Nascimento
BA
Sim
Felipe Maia
RN
Sim
Hélio Leite
PA
Sim
Jorge Tadeu Mudalen
SP
Sim
José Carlos Aleluia
BA
Sim
Mandetta
MS
Sim
Marcelo Aguiar
SP
Sim
Mendonça Filho
PE
Sim
Misael Varella
MG
Sim
Moroni Torgan
CE
Sim
Pauderney Avelino
AM
Sim
Paulo Azi
BA
Sim
Profª Dorinha Seabra Rezende
TO
Sim
Rodrigo Maia
RJ
Sim
Total DEM: 20


PCdoB
Alice Portugal
BA
Não
Aliel Machado
PR
Não
Carlos Eduardo Cadoca
 PE
 Não
Chico Lopes
CE
Não
Daniel Almeida
BA
Não
Davidson Magalhães
BA
Não
Jandira Feghali
RJ
Não
Jô Moraes
MG
Não
João Derly
RS
Não
Luciana Santos
PE
Não
Orlando Silva
SP
Não
Rubens Pereira Júnior
MA
Não
Wadson Ribeiro
MG
Não
Total PCdoB: 13

PDT
Abel Mesquita Jr.
RR
  Sim
Afonso Motta
RS
  Não
André Figueiredo
CE
  Não
Dagoberto
MS
  Não
Damião Feliciano
PB
  Não
Félix Mendonça Júnior
 BA
  Não
Flávia Morais
GO
  Não
Major Olimpio
SP
  Não
Marcelo Matos
RJ
  Não
Marcos Rogério
RO
  Não
Pompeo de Mattos
RS
  Não
Roberto Góes
AP
  Sim
Sergio Vidigal
ES
  Não
Subtenente Gonzaga
MG
  Não
Weverton Rocha
MA
  Não
Wolney Queiroz
PE
  Não
Total PDT: 16


PEN
André FufucaMA Sim
Junior Marreca MA Sim
Total PEN: 2
PHS
Adail Carneiro  CE  Sim
Carlos Andrade  RR  Sim
Diego Garcia  PR  Sim
Kaio Maniçoba  PE  Sim
Marcelo Aro  MG  Sim
Total PHS: 5

PMDB
Alberto FilhoMASim
Alceu MoreiraRSSim
Aníbal GomesCESim
Baleia RossiSPSim
Cabuçu BorgesAPSim
Carlos BezerraMTSim
Carlos Henrique GaguimTOSim
Carlos MarunMSSim
Celso JacobRJSim
Celso MaldanerSCSim
Celso PanseraRJSim
Daniel VilelaGOSim
Danilo ForteCESim
Darcísio PerondiRSSim
Dulce MirandaTOSim
Edinho BezSCSim
Edio LopesRRSim
Eduardo CunhaRJArt. 17
Elcione BarbalhoPANão
Fabio ReisSESim
Fernando JordãoRJSim
Flaviano MeloACSim
Geraldo ResendeMSSim
Hermes ParcianelloPRSim
Hildo RochaMASim
Hugo MottaPBSim
Jarbas VasconcelosPESim
João ArrudaPRSim
João Marcelo SouzaMASim
José FogaçaRSNão
Josi NunesTOSim
Laudivio CarvalhoMGSim
Lelo CoimbraESSim
Leonardo PiccianiRJSim
Leonardo QuintãoMGSim
Lindomar GarçonROSim
Lucio MosquiniROSim
Lucio Vieira LimaBASim
Manoel JuniorPBSim
Marcelo CastroPINão
Marcos RottaAMSim
Marinha RauppROSim
Marquinho MendesRJSim
Marx BeltrãoALSim
Mauro LopesMGSim
Mauro MarianiSCSim
Mauro PereiraRSSim
Newton Cardoso JrMGSim
Osmar SerraglioPRSim
Pedro ChavesGOSim
Rodrigo PachecoMGSim
Rogério Peninha MendonçaSCSim
Ronaldo BenedetSCSim
Roney NemerDFSim
Saraiva FelipeMGSim
Sergio SouzaPRSim
Simone MorgadoPANão
Soraya SantosRJSim
Veneziano Vital do RêgoPBSim
Vitor ValimCESim
Walter AlvesRNSim
Total PMDB: 61

PMN
Antônio Jácome  RN Sim
Dâmina Pereira  MG Sim
Hiran Gonçalves  RR Sim
Total PMN: 3

PP
Afonso HammRSNão
Aguinaldo RibeiroPBSim
Arthur LiraALSim
Beto RosadoRNSim
Cacá LeãoBASim
Conceição SampaioAMSim
Covatti FilhoRSSim
Dilceu SperaficoPRSim
Dimas FabianoMGSim
Esperidião AminSCNão
Ezequiel FonsecaMTSim
Fernando MonteiroPESim
Guilherme MussiSPSim
Iracema PortellaPISim
Jair BolsonaroRJSim
Jerônimo GoergenRSSim
Jorge BoeiraSCNão
José Otávio GermanoRSNão
Julio LopesRJSim
Lázaro BotelhoTOSim
Luis Carlos HeinzeRSSim
Luiz Fernando FariaMGSim
Marcelo BelinatiPRNão
Marcus VicenteESSim
Mário Negromonte Jr.BASim
Missionário José Olimpio SP Sim
Nelson MeurerPRSim
Odelmo LeãoMGSim
Paulo MalufSPSim
Renato MollingRSSim
Renzo BrazMGSim
Ricardo BarrosPRSim
Roberto BalestraGOSim
Ronaldo CarlettoBASim
Sandes JúniorGOSim
Toninho PinheiroMGSim
Waldir MaranhãoMASim
Total PP: 37
PPS
Alex ManenteSPNão
Arnaldo JordyPANão
Carmen ZanottoSCNão
Eliziane GamaMANão
Hissa AbrahãoAMNão
Marcos AbrãoGONão
Moses RodriguesCENão
Raul JungmannPENão
Roberto FreireSPNão
Rubens BuenoPRNão
Sandro AlexPRNão
Total PPS: 11

PR
Aelton FreitasMGSim
Alfredo NascimentoAMSim
Anderson FerreiraPESim
Bilac PintoMGSim
Cabo SabinoCESim
Capitão AugustoSPSim
Clarissa GarotinhoRJNão
Dr. JoãoRJSim
Francisco FlorianoRJSim
GiacoboPRSim
João Carlos BacelarBASim
José RochaBASim
Laerte BessaDFSim
Lincoln PortelaMGSim
Lúcio ValePASim
Luiz CláudioROSim
Luiz NishimoriPRSim
Magda MofattoGOSim
Marcio AlvinoSPSim
Maurício Quintella Lessa ALSim
Miguel LombardiSPSim
Milton MontiSPSim
Paulo FreireSPSim
Remídio MonaiRRSim
Silas FreirePINão
TiriricaSPSim
Vinicius GurgelAPSim
Wellington RobertoPBSim
Zenaide MaiaRNSim
Total PR: 29

PRB
Alan RickACSim
André AbdonAPSim
Antonio BulhõesSPSim
Beto MansurSPSim
Carlos GomesRSSim
Celso RussomannoSPSim
César HalumTOSim
Cleber VerdeMASim
Fausto PinatoSPSim
Jhonatan de JesusRRSim
Jony MarcosSESim
Marcelo SquassoniSPSim
Márcio MarinhoBASim
Roberto AlvesSPSim
Roberto SalesRJSim
Ronaldo MartinsCESim
Rosangela GomesRJSim
Sérgio ReisSPSim
Tia EronBASim
Vinicius CarvalhoSPSim
Total PRB: 20

PROS
Ademir CamiloMGNão
Antonio BalhmannCENão
Beto SalamePANão
Domingos NetoCESim
Dr. Jorge SilvaESNão
Givaldo CarimbãoALSim
Hugo LealRJSim
Leônidas CristinoCESim
Miro TeixeiraRJNão
Rafael MottaRNSim
Ronaldo FonsecaDFNão
Valtenir PereiraMTNão
Total PROS: 12

PRP
Alexandre ValleRJSim
Juscelino FilhoMASim
Marcelo Álvaro AntônioMGSim
Total PRP: 3

PRTB
Cícero AlmeidaALSim
Total PRTB: 1

PSB
Adilton SachettiMTSim
Átila LiraPISim
BebetoBANão
Fabio GarciaMTSim
Fernando Coelho FilhoPESim
FlavinhoSPNão
Glauber BragaRJNão
Gonzaga PatriotaPENão
Heitor SchuchRSNão
Heráclito FortesPISim
Janete CapiberibeAPNão
João Fernando CoutinhoPESim
José ReinaldoMASim
Jose StédileRSNão
Júlio DelgadoMGNão
Keiko OtaSPSim
Leopoldo MeyerPRNão
Luciano DucciPRSim
Luiz Lauro FilhoSPSim
Maria HelenaRRSim
Marinaldo RosendoPENão
Pastor EuricoPENão
Paulo FolettoESNão
Rodrigo MartinsPINão
Stefano AguiarMGSim
Tadeu AlencarPENão
Tenente LúcioMGSim
Tereza CristinaMSSim
Valadares FilhoSESim
Vicentinho JúniorTOSim
Total PSB: 30

PSC
Andre MouraSESim
Edmar ArrudaPRSim
Eduardo BolsonaroSPSim
Erivelton SantanaBASim
Gilberto NascimentoSPSim
Irmão LazaroBANão
Júlia MarinhoPASim
Marcos ReateguiAPSim
Pr. Marco FelicianoSPSim
Professor Victório GalliMTSim
Raquel MunizMGSim
Silvio CostaPESim
Total PSC: 12

PSD
Alexandre SerfiotisRJSim
Átila LinsAMSim
Cesar SouzaSCSim
Danrlei de Deus HinterholzRSSim
Delegado Éder MauroPASim
Diego AndradeMGSim
Evandro RomanPRSim
Fábio FariaRNSim
Fábio MitidieriSESim
Felipe BornierRJSim
Fernando TorresBASim
GoulartSPSim
Herculano PassosSPSim
Indio da CostaRJSim
Jaime MartinsMGSim
Jefferson CamposSPSim
João RodriguesSCSim
Joaquim PassarinhoPASim
José Carlos AraújoBASim
José NunesBANão
Júlio CesarPISim
Marcos MontesMGSim
Paulo MagalhãesBASim
Ricardo IzarSPSim
Rogério RossoDFSim
Rômulo GouveiaPBSim
Sérgio BritoBASim
Silas CâmaraAMSim
Sóstenes CavalcanteRJSim
Walter IhoshiSPSim
Total PSD: 30


PSDB
Alfredo KaeferPRSim
Antonio Carlos Mendes ThameSPSim
Antonio ImbassahyBASim
Arthur Virgílio BisnetoAMSim
Betinho GomesPESim
Bonifácio de AndradaMGSim
Bruna FurlanSPSim
Bruno AraújoPESim
Bruno CovasSPSim
Caio NarcioMGSim
Carlos SampaioSPSim
Célio SilveiraGOSim
Daniel CoelhoPESim
Delegado WaldirGOSim
Domingos SávioMGSim
Eduardo BarbosaMGSim
Eduardo CurySPSim
Fábio SousaGOSim
Geovania de SáSCSim
Giuseppe VecciGOSim
IzalciDFSim
João CamposGOSim
João CasteloMASim
João GualbertoBASim
João Paulo PapaSPSim
Jutahy JuniorBASim
Luiz Carlos HaulyPRSim
Mara GabrilliSPSim
Marco TebaldiSCSim
Marcus PestanaMGSim
Max FilhoESNão
Miguel HaddadSPSim
Nelson Marchezan JuniorRSSim
Nilson LeitãoMTSim
Nilson PintoPASim
Otavio LeiteRJSim
Paulo Abi-AckelMGSim
Pedro Cunha LimaPBSim
Ricardo TripoliSPSim
RochaACSim
Rodrigo de CastroMGSim
Rogério MarinhoRNSim
RossoniPRSim
ShéridanRRSim
Silvio TorresSPSim
Vanderlei MacrisSPSim
Vitor LippiSPSim
Total PSDB: 47

PSDC
Aluisio Mendes MA Sim
Luiz Carlos Ramos RJ Sim
Total PSDC: 2

PSL
Macedo CE Sim
Total PSL: 1
PSOL
Chico Alencar RJ Obstrução
Edmilson Rodrigues PA  Obstrução
Ivan ValenteSPObstrução
Jean WyllysRJObstrução
Total PSOL: 4
PT
Adelmo Carneiro Leão MG Não
Afonso FlorenceBANão
Alessandro MolonRJNão
Ana PeruginiSPNão
Andres SanchezSPNão
AngelimACNão
Arlindo ChinagliaSPNão
Assis CarvalhoPINão
Assis do CoutoPRNão
Benedita da SilvaRJNão
Beto FaroPANão
Bohn GassRSNão
CaetanoBANão
Carlos ZarattiniSPNão
Chico D AngeloRJNão
Décio LimaSCNão
Enio VerriPRNão
Erika KokayDFNão
Fernando MarroniRSNão
Gabriel GuimarãesMGNão
Givaldo VieiraESNão
Helder SalomãoESNão
Henrique FontanaRSNão
João DanielSENão
Jorge SollaBANão
José Airton CiriloCENão
José GuimarãesCENão
José MentorSPNão
Leo de BritoACNão
Leonardo MonteiroMGNão
Luiz CoutoPBNão
Luiz SérgioRJNão
Luizianne LinsCENão
Marco MaiaRSNão
MarconRSNão
Margarida SalomãoMGNão
Maria do RosárioRSNão
Moema GramachoBANão
Nilto TattoSPNão
Odorico MonteiroCENão
Padre JoãoMGNão
PaulãoALNão
Paulo PimentaRSNão
Paulo TeixeiraSPNão
Pedro UczaiSCNão
Professora MarcivaniaAPNão
Reginaldo LopesMGNão
Rubens OtoniGONão
Ságuas MoraesMTNão
Sibá MachadoACNão
Toninho WandscheerPRNão
Valmir AssunçãoBANão
Valmir PrascidelliSPNão
Vander LoubetMSNão
Vicente CandidoSPNão
VicentinhoSPNão
Wadih DamousRJNão
Waldenor PereiraBANão
Weliton PradoMG Abstenção
Zé CarlosMANão
Zé GeraldoPANão
Zeca DirceuPRNão
Zeca do PTMSNão
Total PT: 63
PTB
Adalberto CavalcantiPESim
Adelson BarretoSESim
Alex CanzianiPRSim
Antonio BritoBASim
Arnaldo Faria de SáSPSim
Arnon BezerraCESim
Benito GamaBASim
Cristiane BrasilRJSim
DeleyRJSim
Eros BiondiniMGSim
Jorge Côrte RealPESim
Josué BengtsonPASim
Jovair ArantesGOSim
Jozi RochaAPSim
Luiz Carlos BusatoRSSim
Nelson MarquezelliSPSim
Paes LandimPISim
Pedro FernandesMASim
Ricardo TeobaldoPESim
Ronaldo NogueiraRSSim
Sérgio MoraesRSSim
Walney RochaRJSim
Wilson FilhoPBSim
Zeca CavalcantiPESim
Total PTB: 24

PTC
Uldurico JuniorBASim
Total PTC: 1

PTdoB
Luis Tibé  MG Sim
Pastor Franklin  MGSim
Total PTdoB: 2

PTN
BacelarBASim
Christiane de Souza Yared PRNão
Delegado Edson MoreiraMG Sim
Renata AbreuSPNão
Total PTN: 4

PV
Dr. Sinval Malheiros SP Sim
Evair de MeloESNão
Evandro GussiSPSim
Fábio RamalhoMGSim
LeandrePRNão
PennaSPSim
Sarney FilhoMASim
Victor MendesMASim
Total PV: 8

Sem Partido
Cabo Daciolo RJ Não
Total Sem Partido: 1

Solidariedade
Arthur Oliveira MaiaBASim
Augusto CarvalhoDFSim
Augusto CoutinhoPESim
AureoRJSim
Benjamin MaranhãoPBSim
Carlos ManatoESSim
Elizeu DionizioMSSim
Expedito NettoROSim
Ezequiel TeixeiraRJSim
Fernando Francischini PR Sim
Genecias NoronhaCESim
JHCALNão
José Maia FilhoPISim
Lucas VergilioGOSim
Zé SilvaMGSim
Total Solidariedade: 15


Fonte: Carta Capital