Primeiro uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) localizada
no Pronto Socorro São Francisco, instituição privada que possui convênio com o
Sistema Único de Saúde (SUS), na cidade de Salgueiro, ameaçou durante os últimos dias parar seu
funcionamento por falta de repasses da Secretaria de Saúde de Pernambuco.
Depois o serviço móvel que teve a sua demanda intensificada e deveria ser realizado pelas ambulâncias nesta mesma cidade se tornaram cobranças constantes da população que
necessita do deslocamento rápido a tempo de evitar que problemas de saúde sejam
agravados e vidas sejam interrompidas a caminho dos grandes centros médicos.
Por fim, após dias de reclames na região inteira, inclusive
com recados contundentes de vereadores de cidades circunvizinhas, que avisaram
ter disposição de mobilizar a sociedade para interditar a BR-232 no trecho
entre Mirandiba e Salgueiro, a Secretaria de Saúde de Pernambuco emite resposta
formal e resolve atender ao apelo da população que conta apenas com esta UTI no
raio de aproximadamente 90km.
Contudo, no caso da Prefeitura Municipal de Salgueiro, gerida pelo PSB - mesmo partido que governa o Estado de Pernambuco e que,
por incrível que pareça, neste caso devido aos apelos do Pronto Socorro e da população, não
seguiu com a navalhada da contenção de gastos para prejudicar a permanência da
UTI -, a letargia local para ao menos reconhecer que a Secretaria Municipal de
Saúde não possui sequer uma ambulância é no mínimo um causador de impasse, para não dizer
descalabro administrativo, para se chegar a solução deste problema.
Há de se reconhecer que o município de Salgueiro não possui
ambulâncias. E é preciso falar (novamente) isso para o prefeito Marcones
Libório de Sá, que teima em desvirtuar para outros serviços e entes
federativos, a parcela de culpa por não haver na cidade uma ambulância para
auxiliar no atendimento a pacientes que contam sim com outras ambulâncias, mas já em número insuficiente para a relação demanda-oferta e que são
pertencentes a estruturas distintas ao município, a exemplo do Hospital
Regional (eu falei Regional, isso implica dizer que uma região inteira, e não
apenas Salgueiro, demanda o serviço) que dispõe de duas ambulâncias (repito,
para uma região inteira) e do Corpo de Bombeiros Militar, que também é parte da
estrutura do Governo do Estado. Salvo estas possibilidades, o que a Prefeitura
de Salgueiro tem dito é que com a chegada da UPA24h mais uma ambulância
atenderá pacientes no município.
Acontece que a UPA24h ainda está na fase de
construção, o que inclusive deveria gerar nossa preocupação com a aplicação
correta dos recursos provenientes de convênio com o Ministério da Saúde, pois
esta parceria conta com o financiamento do Governo Federal e a manutenção e
gestão por parte do Poder Executivo Municipal. Salientando ainda que a obra pode constar
no Portal da Transparência de uma forma, mas na realidade pode se encontrar
totalmente diferente do que se supõe quando se consulta apenas esses dados e
não se constata “in loco” o andamento e devida aplicação dos recursos.
Fiscalizar é sempre bom, fica a dica.
Voltando ao problema da falta de ambulâncias, verificamos
que mesmo assim, o prefeito
nunca afirmou publicamente que o município poderia cogitar a possibilidade de ter uma ambulância própria. E nunca afirmará, pois se permanecer assim, futuramente ele também não terá como dizer que se esforçou para adquirir uma ambulância para o
município, pois a que será cedida para atender a UPA24h será fruto da parceria com
o Ministério da Saúde e, portanto, com investimentos do Governo Federal.
Digo mais, se
continuar nesta já citada e notória letargia, antes que o prefeito reconheça que o município
não possui ambulância, seu mandato termina, ou quem sabem, ousará reclamar
que a manutenção é cara e pode não “compensar” a aquisição de uma ambulância ou
a manutenção de algum veículo, a exemplo do que deverá ser parte da estrutura e dos serviços da UPA24h.
Minha avó, também canhota e sertaneja, já dizia: "casa de ferreiro, espeto de pau". O prefeito é médico. O gestor é da área da saúde. O
profissional que hoje é político sabe que há necessidade de ter ao menos uma
ambulância no município. Falta assumir isso publicamente. Marcones Libório de
Sá poderá ser lembrado como o prefeito (profissional médico) que não conseguiu
adquirir uma ambulância, tendo durante seus oito anos de mandato o Governo do
Estado e o Governo Federal como provedores desta tão necessária ferramenta de atenção
básica e incremento indispensável para que políticas públicas de saúde sejam
efetivas, principalmente nas cidades do interior do nordeste, como é o caso de
Salgueiro. É preciso enxergar e sentir essa política chegando até a ponta, ou
seja, ao usuário do serviço. Valorizem o SUS, uma conquista de toda da
sociedade brasileira.
Canhota Sincera:
Agora vem cá, falando sério, vamos à realidade. Francamente, é mesmo sério que ainda estão fazendo as contas?
Simples: ambulâncias do HR são da estrutura da Secretaria de Saúde de
Pernambuco, ambulâncias do mandato do parlamentar são oriundas de recursos
próprios, ambulância ou serviço similar do Corpo de Bombeiros é parte da
estrutura do Governo do Estado de Pernambuco, ambulância vindoura da UPA24h
será cedida junto a estrutura física, equipamentos e etc, pelo Ministério da
Saúde. Talvez, a partir da entrega da ambulância da UPA24h para o município gerir
e custear a manutenção (sem chororô, prefeito, cumpra o convênio), possa haver
alguma ambulância em Salgueiro, parte da estrutura da Secretaria Municipal de
Saúde.
Mas, até o presente momento, já fizemos as contas aqui e até o próprio
material produzido pela equipe de comunicação da atual gestão atesta: Prefeitura
de Salgueiro não possui ambulância.
FATO!
Está na hora de colocar a mão na consciência. Parem de deturpar, porque já está
ficando feio. Contra fatos, não há pecinha publicitária e baner virtual que contra-argumentem.