sábado, 16 de maio de 2015

Em Salgueiro: "De volta ao Coice"




            

            Estamos vivenciando um período em que poucos cidadãos parecem ter consciência, é que pelos bastidores costuram-se e amarram-se “apoios” e alianças políticas para as eleições municipais de 2016. É nesse período que ocorrem os assédios e as negociatas sujas que decidirão os rumos de nossa vida coletiva para o próximo quadriênio.

            Em Salgueiro, como nos demais interiores, os grupos políticos hegemônicos são formados por dois grupos familiares, ambos muito mais que o crescimento e desenvolvimento da cidade, almejam a manutenção (ou a retomada) do poder e do status de seu grupo familiar, mais ainda se forem parentes de primeiro grau de seus patriarcas, diga-se de passagem, dois “doutores” o Severino Sá e o Romão Sampaio, que fundaram os antigos Margarida e Boca Preta, atuais Zebras e Leões para dar força aos seus respectivos currais eleitorais.

            Sabe-se que na época da Ditadura Militar, ambos militavam na ARENA e que por esse motivo em Salgueiro chamavam-se ARENA 1 e  ARENA 2. Lembremos que a ARENA tinha por finalidade dar sustentação política ao governo militar instituído a partir do Golpe de Estado no Brasil em 1964, portanto, um partido fundamentado em bases conservadoras. A ARENA foi rebatizada de Partido Democrático Social (PDS). Mais tarde, um grupo de políticos do PDS abandonou o partido e formou a "Frente liberal", a qual, depois, tornou-se o Partido da Frente Liberal (PFL), atual DEM. O PDS, posteriormente, mudou o seu nome para Partido Progressista Renovador (PPR), e depois para Partido Progressista Brasileiro (PPB), que hoje se chama Partido Progressista (PP). É essa a “base” originária da militância politica de Salgueiro de Sás e Sampaios, ou seja, a mesma! Pois bem, conta-se ainda que num Golpe de Oportunismo, com vistas a derrotar os Sampaio nas eleições municipais, Dr. Severino alia-se a Miguel Arraes (que fez oposição a Ditadura Militar sendo preso e exilado) e assim iniciam-se as primeiras marchas à esquerda (?) em Salgueiro.


           
            Depois de anos liderados pelos Sampaio, em 1992 Creuza Pereira, representando os Sá, vence as eleições municipais quebrando um jejum de 24 anos. Em 1996 os Sampaio retomam o poder municipal com um segundo mandato de Paulo Afonso Sampaio (filho de Dr. Romão Sampaio) numa gestão desastrosa e cheia de escândalos políticos e pessoais. Em 2000 volta Creuza e seu grupo político (os Sá) que governam há 15 anos o município. Assim é instituído o Curral eleitoral de Salgueiro.

Onde pretendemos chegar com essas histórias?
Primeiro delimitar a origem política desses grupos familiares, que é a mesma: nacionalistas, capitalistas, neoliberais, económico-libertários, conservadores, reacionários, teocratas. Segundo, caracterizar o momento e as condições de ruptura para os movimentos comunistas, socialistas, e anarquistas. Terceiro, analisar como o passado se fez presente na atualidade.

            Ao assumir a Prefeitura em 2000 Creuza Pereira encontra além de uma casa extremamente bagunçada com salários em atraso, contas  de energia, água e telefone em atrasos, um Governo Federal e Estadual adversários liderados por FHC e Jarbas Vasconcelos respectivamente, que pouco interesse político pelo sertão foram as marcas registradas de seu governo cuja política liberal foi exercida na RMR. Tal situação foi contornada com a eleição de Lula e de Eduardo Campos (que só perdeu a fama dos Precatórios graças ao forte apoio de Lula), Creuza então recebeu força e reconhecimento político, que somados a sua honestidade a fizeram um mito na cidade, tão quanto o Lula no País. Desde então vivemos a nível Estadual e Municipal uma época de grandes investimentos para a melhoria de vida do povo.


Salgueiro cresceu, criou fama de rota de desenvolvimento, a população foi beneficiada com repasses para as diversas áreas, teve inicio a era de calçamentos, de construção e reformas dos postos de saúde e das escolas, finalmente terminou-se o tão sonhado poliesportivo (que por sinal, anda abandonado), foram implantados 02 CVTs (ambos subutilizados de suas reais funções), foi implantado um Centro de Lazer e Cultura (também subutilizado e sofrido de abandono), implantou-se a rede SUAS (Sistema Único de Assistência Social) com a implantação e repasses de CRAS e CREAS, além da cobertura de Bolsa Família, recebeu-se carros pipa, retroescavadeiras, caçambas e ônibus para o transporte escolar, foram construídas casas do Minha Casa minha Vida e ainda tem casas para serem concluídas, a Prefeitura arrecadou ISS como nunca com as empresas instaladas na cidade para as obras estruturais (transnordestina e transposição do Rio São Francisco), sem contar com as visíveis melhorias nos equipamentos de saúde e educação.

Além das obras de concreto, visíveis e palpáveis, outras ações de caráter social foram pensadas, elaboradas e implementadas para fortalecer o aprofundamento da democracia, mas que muitas cidades ainda não conseguiram acompanhar minimamente. Muitas dessas ações importantes para a vida do povo, foram estruturadas através de Ministérios importantes, como na área da cultura, através do Fundo e Plano Nacional de Cultura, que muitas cidades ainda não conseguiram idealizar (inclusive Salgueiro). Como por exemplo, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que muitas cidades ainda não conseguiram sequer tirar do papel, inclusive Salgueiro. Como por exemplo, as políticas públicas de assistência social, que a partir do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome possibilitaram que a qualidade de vida do povo pudesse evoluir. Para não delongar, mas fazer justiça a estas ações, é importante citar o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH), o Estatuto da Juventude, o Estatuto do Idoso e a afirmação desta defesa através da criação e estruturação da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, ligada diretamente à Presidência da República.

Assim como no passado, esse grupo novamente comete o coice do oportunismo, quando de uma hora para outra decidem puxar o tapete e mudar de lado, mas dessa vez o lado é o do retorno, o retorno às origens e da pior forma, agora os Sá liderados atualmente por, que ironia, um também “doutor” o Marcones Sá, adotam a postura de sua sigla (PSB) de querer formar uma “frente independente” e fazem oposição a quem os ajudou a crescer, a melhorar as condições da cidade, a atingir os índices de reconhecimento de trabalho prestado. Hoje, o Prefeito e a sua equipe trocam farpas com seus próprios eleitores (queixosos) nas redes sociais, apropriam-se dos repasses federais sob a forma de “trabalho prestado” e detonam o governo federal quando apontadas falhas e erros. Alegam que o dinheiro é do povo, como se alguém não soubesse dessa verdade. A diferença é a prioridade que se dá ao dinheiro e direitos do povo.

E é nesse cenário que se configuram as eleições de 2016 em Salgueiro. Esperemos pois, muitas surpresas de Sás e Sampaios que desesperadamente constroem amarras e alianças políticas ao seu bel prazer, visando a manutenção e/ou retomada do poder municipal a seus grupos hegemônicos e oligárquicos e hereditários! Estejamos atentos aos “custos” que trarão a todos nós cidadãos tais amarras.

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