Estamos
vivenciando um período em que poucos cidadãos parecem ter consciência, é que
pelos bastidores costuram-se e amarram-se “apoios” e alianças políticas para as
eleições municipais de 2016. É nesse período que ocorrem os assédios e as
negociatas sujas que decidirão os rumos de nossa vida coletiva para o próximo
quadriênio.
Em Salgueiro, como nos demais
interiores, os grupos políticos hegemônicos são formados por dois grupos
familiares, ambos muito mais que o crescimento e desenvolvimento da cidade,
almejam a manutenção (ou a retomada) do poder e do status de seu grupo
familiar, mais ainda se forem parentes de primeiro grau de seus patriarcas, diga-se
de passagem, dois “doutores” o Severino Sá e o Romão Sampaio, que fundaram os
antigos Margarida e Boca Preta, atuais Zebras e Leões para dar força aos seus
respectivos currais eleitorais.
Sabe-se que na época da Ditadura
Militar, ambos militavam na ARENA e que por esse motivo em Salgueiro chamavam-se
ARENA 1 e ARENA 2. Lembremos que a ARENA
tinha por finalidade dar sustentação política ao governo militar instituído a
partir do Golpe de Estado no Brasil em 1964, portanto, um partido fundamentado
em bases conservadoras. A ARENA foi rebatizada de Partido Democrático Social
(PDS). Mais tarde, um grupo de políticos do PDS abandonou o partido e formou a
"Frente liberal", a qual, depois, tornou-se o Partido da Frente
Liberal (PFL), atual DEM. O PDS, posteriormente, mudou o seu nome para Partido
Progressista Renovador (PPR), e depois para Partido Progressista Brasileiro
(PPB), que hoje se chama Partido Progressista (PP). É essa a “base” originária
da militância politica de Salgueiro de Sás e Sampaios, ou seja, a mesma! Pois
bem, conta-se ainda que num Golpe de Oportunismo, com vistas a derrotar os
Sampaio nas eleições municipais, Dr. Severino alia-se a Miguel Arraes (que fez
oposição a Ditadura Militar sendo preso e exilado) e assim iniciam-se as
primeiras marchas à esquerda (?) em Salgueiro.
Depois de anos liderados pelos
Sampaio, em 1992 Creuza Pereira, representando os Sá, vence as eleições
municipais quebrando um jejum de 24 anos. Em 1996 os Sampaio retomam o poder
municipal com um segundo mandato de Paulo Afonso Sampaio (filho de Dr. Romão
Sampaio) numa gestão desastrosa e cheia de escândalos políticos e pessoais. Em
2000 volta Creuza e seu grupo político (os Sá) que governam há 15 anos o
município. Assim é instituído o Curral eleitoral de Salgueiro.
Onde pretendemos chegar com essas histórias?
Primeiro delimitar a origem política desses
grupos familiares, que é a mesma: nacionalistas, capitalistas, neoliberais,
económico-libertários, conservadores, reacionários, teocratas. Segundo, caracterizar
o momento e as condições de ruptura para os movimentos comunistas, socialistas,
e anarquistas. Terceiro, analisar como o passado se fez presente na atualidade.
Ao assumir a Prefeitura em 2000
Creuza Pereira encontra além de uma casa extremamente bagunçada com salários em
atraso, contas de energia, água e
telefone em atrasos, um Governo Federal e Estadual adversários liderados por
FHC e Jarbas Vasconcelos respectivamente, que pouco interesse político pelo
sertão foram as marcas registradas de seu governo cuja política liberal foi
exercida na RMR. Tal situação foi contornada com a eleição de Lula e de Eduardo
Campos (que só perdeu a fama dos Precatórios graças ao forte apoio de Lula),
Creuza então recebeu força e reconhecimento político, que somados a sua
honestidade a fizeram um mito na cidade, tão quanto o Lula no País. Desde então
vivemos a nível Estadual e Municipal uma época de grandes investimentos para a
melhoria de vida do povo.
Salgueiro cresceu, criou fama de rota de
desenvolvimento, a população foi beneficiada com repasses para as diversas
áreas, teve inicio a era de calçamentos, de construção e reformas dos postos de
saúde e das escolas, finalmente terminou-se o tão sonhado poliesportivo (que
por sinal, anda abandonado), foram implantados 02 CVTs (ambos subutilizados de
suas reais funções), foi implantado um Centro de Lazer e Cultura (também
subutilizado e sofrido de abandono), implantou-se a rede SUAS (Sistema Único de
Assistência Social) com a implantação e repasses de CRAS e CREAS, além da
cobertura de Bolsa Família, recebeu-se carros pipa, retroescavadeiras, caçambas
e ônibus para o transporte escolar, foram construídas casas do Minha Casa minha
Vida e ainda tem casas para serem concluídas, a Prefeitura arrecadou ISS como
nunca com as empresas instaladas na cidade para as obras estruturais (transnordestina
e transposição do Rio São Francisco), sem contar com as visíveis melhorias nos
equipamentos de saúde e educação.
Além das obras de concreto, visíveis e
palpáveis, outras ações de caráter social foram pensadas, elaboradas e
implementadas para fortalecer o aprofundamento da democracia, mas que muitas
cidades ainda não conseguiram acompanhar minimamente. Muitas dessas ações
importantes para a vida do povo, foram estruturadas através de Ministérios
importantes, como na área da cultura, através do Fundo e Plano Nacional de
Cultura, que muitas cidades ainda não conseguiram idealizar (inclusive
Salgueiro). Como por exemplo, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que muitas
cidades ainda não conseguiram sequer tirar do papel, inclusive Salgueiro. Como
por exemplo, as políticas públicas de assistência social, que a partir do
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome possibilitaram que a
qualidade de vida do povo pudesse evoluir. Para não delongar, mas fazer justiça
a estas ações, é importante citar o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH),
o Estatuto da Juventude, o Estatuto do Idoso e a afirmação desta defesa através
da criação e estruturação da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, ligada
diretamente à Presidência da República.
Assim como no passado, esse grupo
novamente comete o coice do oportunismo, quando de uma hora para outra decidem
puxar o tapete e mudar de lado, mas dessa vez o lado é o do retorno, o retorno
às origens e da pior forma, agora os Sá liderados atualmente por, que ironia,
um também “doutor” o Marcones Sá, adotam a postura de sua sigla (PSB) de querer
formar uma “frente independente” e fazem oposição a quem os ajudou a crescer, a
melhorar as condições da cidade, a atingir os índices de reconhecimento de
trabalho prestado. Hoje, o Prefeito e a sua equipe trocam farpas com seus
próprios eleitores (queixosos) nas redes sociais, apropriam-se dos repasses
federais sob a forma de “trabalho prestado” e detonam o governo federal quando
apontadas falhas e erros. Alegam que o dinheiro é do povo, como se alguém não
soubesse dessa verdade. A diferença é a prioridade que se dá ao dinheiro e
direitos do povo.
E é nesse cenário que se configuram as
eleições de 2016 em Salgueiro. Esperemos pois, muitas surpresas de Sás e
Sampaios que desesperadamente constroem amarras e alianças políticas ao seu bel
prazer, visando a manutenção e/ou retomada do poder municipal a seus grupos
hegemônicos e oligárquicos e hereditários! Estejamos atentos aos “custos” que
trarão a todos nós cidadãos tais amarras.
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