quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Ironia e cobranças marcam ato pela “Ressurreição” da TV Pernambuco

Integrantes do Fórum Pernambucano de Comunicação (Fopecom) realizaram um ato público na frente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) pela “ressureição” da TV Pernambuco nesta manhã de terça-feira (09/12/14). Com cartazes, carro de som e até “caixão”, a principal cobrança feita pelos participantes do ato foi para que a TV Pernambuco fosse contemplada com recursos que viabilizassem seu funcionamento como emissora pública de televisão, com capacidade para produzir, transmitir produção independente e, de fato “pegar” em todos os municípios do estado. Há dois anos, um aporte de R$25 milhões foram prometidos pelo então secretário de Ciência e Tecnologia Marcelino Granja.

Irreverência no ato em frente à Alepe (Foto: Victória Ayres)
O dinheiro até hoje não chegou e a situação da TVPE é lamentável: os transmissores estão sucateados, de modo que o sinal não chega com qualidade em grande parte dos municípios do estado. Um detalhe:  até 2017, todas estações de Pernambuco devem ter transmissão digital, o que torna ainda mais urgente o investimento na TV Pernambuco.

Além da promessa não cumprida, o investimento de R$ 100 milhões de reais anuais em publicidade veiculada em meios privados causa revolta na sociedade, considerando que o discurso do governo é sempre de que não há dinheiro para ser investido em comunicação.

“Enquanto falta transparência de um lado, sobra descaso do outro. Não é possível que o governo não atente para a importância da comunicação como política pública”, disse Renato Feitosa, do CCLF.

O descaso do legislativo com a comunicação em Pernambuco vai além das TVs públicas: a votação na Comissão de Constituição e Justiça do projeto de Lei (PL) nº 2164/2014, que obriga o poder executivo a utilizar 5% do orçamento de mídia para apoiar meios de comunicação alternativos e independentes, estava prevista para hoje e seria acompanhada pela Associação dos Blogueiros de Pernambuco (ABlogPE), porém e foi adiada, devendo entrar na pauta  apenas na semana que vem.

Sebastião José da Hora trabalha perto da Alepe como comerciante e reclama que na Guabiraba, onde mora, a TV Pernambuco não funciona como devia, “o canal 46 sempre fica um chiado. A Globo só passa novela, fica nessa chatice, quero mudar, mas não posso, ficamos sempre presos nisso”. Ele afirma ainda que gosta de TV pública, assiste a TVU sempre que pode.

Em 2015, o Fopecom irá retomar a pauta da comunicação pública, procurando incidir sobre os poderes legislativo e executivo de modo que a TV Pernambuco possa ter investimentos suficientes para cumprir sua missão. “Vamos buscar uma audiência com o novo governador Paulo Câmara.  Não acreditamos que ele compactue com esse estado de abandono da emissora pública”, opina Ivan Moraes Filho, também do Centro de Cultura Luiz Freire.


OmbudsPE

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