Integrantes do Fórum Pernambucano de Comunicação (Fopecom)
realizaram um ato público na frente da Assembleia Legislativa de Pernambuco
(Alepe) pela “ressureição” da TV Pernambuco nesta manhã de terça-feira
(09/12/14). Com cartazes, carro de som e até “caixão”, a principal cobrança
feita pelos participantes do ato foi para que a TV Pernambuco fosse contemplada
com recursos que viabilizassem seu funcionamento como emissora pública de
televisão, com capacidade para produzir, transmitir produção independente e, de
fato “pegar” em todos os municípios do estado. Há dois anos, um aporte de R$25
milhões foram prometidos pelo então secretário de Ciência e Tecnologia
Marcelino Granja.
Irreverência no ato em frente à Alepe (Foto: Victória Ayres)
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Além da promessa não cumprida, o investimento de R$ 100
milhões de reais anuais em publicidade veiculada em meios privados causa
revolta na sociedade, considerando que o discurso do governo é sempre de que
não há dinheiro para ser investido em comunicação.
“Enquanto falta
transparência de um lado, sobra descaso do outro. Não é possível que o governo
não atente para a importância da comunicação como política pública”, disse
Renato Feitosa, do CCLF.
O descaso do legislativo com a comunicação em Pernambuco vai
além das TVs públicas: a votação na Comissão de Constituição e Justiça do
projeto de Lei (PL) nº 2164/2014, que obriga o poder executivo a utilizar 5% do
orçamento de mídia para apoiar meios de comunicação alternativos e
independentes, estava prevista para hoje e seria acompanhada pela Associação
dos Blogueiros de Pernambuco (ABlogPE), porém e foi adiada, devendo entrar na
pauta apenas na semana que vem.
Sebastião José da Hora trabalha perto da Alepe como
comerciante e reclama que na Guabiraba, onde mora, a TV Pernambuco não funciona
como devia, “o canal 46 sempre fica um chiado. A Globo só passa novela, fica
nessa chatice, quero mudar, mas não posso, ficamos sempre presos nisso”. Ele
afirma ainda que gosta de TV pública, assiste a TVU sempre que pode.
Em 2015, o Fopecom irá retomar a pauta da comunicação
pública, procurando incidir sobre os poderes legislativo e executivo de
modo que a TV Pernambuco possa ter investimentos suficientes para cumprir sua
missão. “Vamos buscar uma audiência com o novo governador Paulo Câmara.
Não acreditamos que ele compactue com esse estado de abandono da emissora
pública”, opina Ivan Moraes Filho, também do Centro de Cultura Luiz Freire.
OmbudsPE
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