Na próxima quinta-feira, dia 21 de maio, professores e
professoras da rede estadual de Pernambuco se reúnem para decidir sobre a greve
da categoria. A paralisação, que teve início em abril, tinha como um dos
principais objetivos o aumento de 13% nos salários de todo o corpo docente,
está suspensa desde 4 de maio. Ainda na primeira semana da greve,
duas medidas do governo Paulo Câmara chamaram a atenção: o pedido, junto à
Justiça, de liminar que obrigava os professores a voltar às salas de aula e a
distribuição de spots e vts publicitários que davam a versão do governo para a
paralisação, fazendo com que os trabalhadores paralisados parecessem
intransigentes ao lutar pelos seus direitos. A campanha, que durou dez dias,
custou aos cofres públicos R$ 806.924,00, sendo R$ 19.800,00 de produção e R$
766.578,57 em veiculação.
O Centro de Cultura Luiz Freire recebeu a informação sobre os
valores através do Pedido de Acesso à Informação 201523637, encaminhado para a
secretaria executiva de comunicação governamental da Casa Civil de Pernambuco.
O plano completo de mídia para a campanha, que durou de 12 a 21 de abril de
2015, abrangendo emissoras de rádio e tevê da capital e do interior, pode ser
visto em planilha em .pdf disponível aqui.
No
texto da propaganda oficial, o governo afirma professores com nível médio
haviam recebido o aumento, mas que não poderia conceder o aumento aos que têm
curso superior, equiparando-os ao piso da categoria, devido à crise econômica
nacional, até que conhecesse, em maio, as contas do primeiro quadrimestre. O
texto também afirma que a greve “prejudica trabalhadores suas famílias” e
ressalta que não haverá negociação até que a greve seja suspensa”.
Confira aqui a propaganda veiculada nas rádios: https://soundcloud.com/ren-tomo-pataqu/governo-do-estado-recorre-a-comunicado-em-radios-para-sensib
“Como é que o governo
vive dizendo que não tem dinheiro pra nada e gasta quase um milhão de reais pra
uma campanha que tem o objetivo de colocar a população contra o movimento
grevista? Acho isso um disparate! Um governador que, em campanha, promete dobrar
o salário da gente e que nem o piso quer conceder? E ainda, com toda a crise,
consegue gastar uma fortuna dessa com comunicação de uma hora pra outra?”,
indignou-se o professor Mateus Toledo, da rede estadual, que defende a paralisação.
Durante
o movimento paredista, o poder executivo estadual aplicou algumas punições como
o corte do salário durante o tempo que os professores estavam em greve e a
transferência de 15 docentes das escolas de referencia que ganhavam
gratificação, e que foram enviados de volta para a escola regular. No acordo
para que a categoria voltasse ao trabalho, o governo concordou em eliminar as
punições.
Fonte: OmbudsPE
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